DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA É CELEBRADO EM SESSÃO SOLENE DA CÂMARA DE ARACRUZ

Celebrado em 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra foi comemorado em Sessão Solene da Câmara de Aracruz, na noite de quarta-feira, 22, por proposição da vereadora Adriana Guimarães. Além de integrantes de entidades representativas da cultura preta em Aracruz, a solenidade contou com a presença do presidente da Casa de Leis, Alexandre Manhães, e do vereador Marcela Nena. Durante a solenidade houve apresentações de grupos de capoeira e de Hip Hop, duas manifestações artísticas que remetem à cultura e à luta de resistência dos afrodescendentes no Brasil.

O Dia da Consciência Negra faz referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo da luta de resistência dos negros escravizados no Brasil e da luta por direitos reivindicados por seus descendentes. A data é considerada como uma ação afirmativa de promoção da igualdade racial e uma referência para a população afrodescendente dedicada à reflexão sobre as consequências do racismo.

Pronunciamentos

Primeiro a se pronunciar, o presidente Alexandre Manhães disse que o Dia da Consciência Negra deveria ser lembrada diariamente. “Nós somos todos iguais, mas muitas pessoas, infelizmente, não conseguem enxergar esta igualdade”, iniciou Manhães, que completou: “nós não nascemos racistas. Quando a criança nasce, é através de sua família e da sociedade onde vive que ela começa a ser moldada” Manhães chamou a atenção para o papel da família, daqueles que são pai, mãe, avô, avó, tio ou tia no combate à discriminação racial: “nós temos a responsabilidade de mudarmos essa história de uma vez ou pelo menos de diminuirmos este racismo que existe no Brasil e em várias partes do mundo. Nós temos a responsabilidade de ensinar aos nossos pequenos que somos iguais”.

Na mesma linha do presidente, o vereador Marcelo Nena afirmou que ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou por sua religião. “Para odiar as pessoas é preciso aprender. E se podem aprender a odiar, elas podem aprender a amar”. E encerrando seu pronunciamento, Nena colocou a seguinte questão: “qual é a cor de Deus?”

Na sua vez de fala, a proponente da Sessão, vereadora Adriana Guimarães, cobrou dos poderes públicos, sobretudo do Poder Executivo, a construção de políticas públicas de combate ao racismo e à discriminação. Referindo-se à Lei Municipal nº 4.401/2021, proposta por ela e que instituiu no calendário oficial de eventos de Aracruz a Semana Municipal de Promoção da Igualdade Racial, “mas que ficou esquecida”, Adriana cobrou que sejam criados eventos para inserir a pauta de afirmação da igualdade racial na sociedade aracruzense. Em referência ao Dia da Consciência Negra, a vereadora afirmou que a data “é um chamado à reflexão profunda sobre a nossa história, sobre as lutas que foram travadas e sobre as conquistas que ainda precisam ser alcançadas”, e completou: “é uma oportunidade para reconhecermos a herança cultural que permeia a nossa sociedade e que por vezes foi injustamente silenciada”. Por fim, a vereadora conclamou a todos ao trabalho conjunto para “desmantelar as estruturas de discriminação e injustiça que persistem em nossa sociedade”.

Encerrando a fase de pronunciamos, o DJ Wallace Passos Loureiro reforçou a fala da vereadora proponente e cobrou a efetiva implantação da Lei Municipal nº 4.401/2021 no município de Aracruz.

HOMENAGENS

Ao final da solenidade, que contou também com apresentação da cantora e compositora Samile Timóteo Barbosa e do compositor Allan Rezende, Adriana Guimarães entregou certificados alusivos ao Dia da Consciência Negra a personalidades representativas da comunidade negra de Aracruz. Abaixo, a lista dos homenageados:

Vereador Marcelo Nena

Wallace Passos Loureiro

Leandro Pedreira Vicente

José Geraldo da Silva

Roberto de Oliveira Silva

Marcelo Coutinho Lemos

Suhana Hellen Cyrilo

Eliete Gonçalves Santiago Lima

Allan Rezende

Samile Timóteo Barbosa

Rafaela da Silva Assis